Mars

Reflexão sobre guerra e superação em “Mars” de Sleeping At Last

A música “Mars”, de Sleeping At Last, utiliza o nome do planeta para evocar o deus romano da guerra, estabelecendo uma ligação direta com o tema do conflito e suas consequências. Logo nos primeiros versos, como em “We left our date of birth / And our history behind” (“Deixamos nossa data de nascimento / E nossa história para trás”), a canção mostra jovens soldados deixando para trás sua identidade e inocência ao se alistarem. O entusiasmo inicial, expresso em “We were full of life / We could barely hold it in” (“Estávamos cheios de vida / Mal conseguíamos conter isso”), rapidamente dá lugar ao choque da realidade da guerra, evidenciado em “We were amateurs at war / Strangers to suffering” (“Éramos amadores na guerra / Estranhos ao sofrimento”).

O compositor Ryan O’Neal aprofunda o tema ao abordar o retorno dos soldados e os conflitos internos que enfrentam, como em “While a brand-new war began / One that no one else could feel” (“Enquanto uma nova guerra começava / Uma que mais ninguém podia sentir”). Aqui, a música trata do trauma psicológico e da dificuldade de reintegração à vida civil, sugerindo que a verdadeira batalha continua mesmo após o fim do combate físico. A metáfora “broken satellites” (“satélites quebrados”) representa perguntas sem resposta e a sensação de desorientação, enquanto versos como “How our bodies, born to heal / Become so prone to die?” (“Como nossos corpos, feitos para curar / Se tornam tão propensos a morrer?”) refletem sobre a fragilidade humana. No final, a canção aponta para esperança e reconstrução, destacando a possibilidade de recomeço: “Now we’re young enough to try / To build a better life” (“Agora somos jovens o bastante para tentar / Construir uma vida melhor”). “Mars” se apresenta, assim, como uma reflexão sensível sobre as marcas invisíveis da guerra e a busca por sentido e cura após o trauma.