Adderall

Crítica à medicalização e controle em “Adderall” do Slipknot

Em “Adderall”, o Slipknot aborda de forma direta a crítica à medicalização e à dependência de substâncias para lidar com questões internas, como ansiedade, controle e alienação. O título faz referência ao medicamento usado para tratar TDAH, sugerindo que a sociedade recorre a soluções químicas para problemas emocionais e existenciais. A letra reforça essa sensação de aprisionamento mental e manipulação, especialmente em versos como “Leather straps on stapled eyes” (Tiras de couro em olhos grampeados) e “All they want is your control” (Tudo o que eles querem é o seu controle), que evocam imagens de restrição física e psicológica. Esses trechos sugerem que forças externas – sejam instituições, crenças ou medicamentos – buscam dominar a individualidade do sujeito.

A música também faz uma crítica à imposição de dogmas religiosos, como fica claro em “For the Bible scares me so” (Porque a Bíblia me assusta tanto). Aqui, o Slipknot amplia o tema do controle, mostrando como o medo e a culpa impostos por sistemas de crença podem ser tão opressivos quanto a dependência química. O trecho “We don't read between the lines / Cut too deep to see the signs” (Não lemos nas entrelinhas / Cortamos tão fundo que não vemos os sinais) indica a dificuldade de perceber manipulações, seja por entorpecimento químico ou doutrinação. O refrão repetitivo e a atmosfera sombria, reforçada pelos videoclipes psicodélicos do EP, intensificam o sentimento de confusão e a busca por sentido, enquanto o questionamento “Which side do I want to be?” (De que lado eu quero estar?) revela a luta interna entre se submeter ou resistir ao controle externo.