Tata

Relação entre ancestralidade e saudade em “Tata” de Slow J

Em “Tata”, Slow J transforma a saudade do pai em uma homenagem profunda às suas raízes africanas e à herança luso-angolana. O uso do termo “Tata Wanange” no refrão, onde “Tata” significa “pai” em várias línguas africanas, reforça a ligação do artista com sua ancestralidade e identidade. A música vai além de um tributo pessoal, abordando também a busca por pertencimento e o orgulho das origens familiares.

A letra alterna entre a dor da distância e a vontade de honrar os ensinamentos paternos. Em versos como “Um dia eu vou tomar a banda de assalto / P'a matar saudade, p'á gente voltar”, Slow J expressa o desejo de reencontro, enquanto “Depois eu vou tomar o mundo de assalto / Que eu não 'tou cansado, só 'tou a lhes mostrar” revela sua determinação em superar desafios e mostrar ao mundo a força herdada do pai. O trecho “o cota é muita' rijo / Mas a água mole é muita nessa vida, Luís” usa a metáfora da água para mostrar que até os mais fortes enfrentam dificuldades, mas também aprendem a se adaptar. Ao afirmar “Pai, eu só disse a verdade como me ensinaste... Sou o mesmo filho como tu criaste”, Slow J demonstra gratidão e orgulho, reafirmando sua fidelidade aos valores recebidos. Assim, “Tata” celebra a figura paterna, a força das raízes e a esperança de superação.