Viajando Na Balada

Crítica à influência estrangeira em “Viajando Na Balada”

Em “Viajando Na Balada”, o SNJ (Somos Nós a Justiça) utiliza a figura de Sartana, personagem de filmes de faroeste, para criticar a influência estrangeira e a forma como o Brasil absorve narrativas externas, principalmente aquelas ligadas à violência e dominação. Ao citar “Na balada de Sartana não fugi dos pensamentos / Senti que aquele filme era só coisa de momento”, o grupo ironiza o fascínio por essas histórias importadas, mostrando que, apesar de atraentes, elas não representam a realidade brasileira e funcionam apenas como entretenimento passageiro. A metáfora do “bang bang” serve para ilustrar tanto a violência cotidiana quanto a maneira como a mídia e o cinema a transformam em espetáculo, reforçando a crítica à militarização e à influência do “Pentágono, xerife do mundo” sobre as periferias do país.

A letra também faz um paralelo entre a colonização histórica e as formas atuais de dominação. No trecho “Pedro Álvares ooohhh / A espada de Cabral cortou a nossas raízes”, o SNJ denuncia o apagamento da verdadeira história nas escolas e a perpetuação de mitos nacionais. Ao dizer “Enquanto sobem com cachaça, eu subo com Yakult”, o grupo contrapõe hábitos autodestrutivos a escolhas mais saudáveis, usando o humor para criticar padrões culturais e sugerir alternativas. Por fim, o SNJ destaca a importância da consciência crítica e da resistência, propondo a leitura e o conhecimento como caminhos para a emancipação: “Através da leitura / Tu adquires um conhecimento”. Assim, a música mistura ironia, crítica social e referências históricas para questionar o senso comum e estimular o pensamento crítico.