África

África

África

Desigualdade, em qualquer lugar,Desigualdade, en calquer parte,
Você faz parte, o norte traz a morteTi formas parte, o norte trae a morte
Daqueles vizinhos do sul,Daqueles veciños do sul,
Matando pela paz, cegos pela luzMatando pola paz, cegados pola luz
Que rouba a energia da terra que pisaQue rouba a enerxía da terra que pisa
Até que ela esteja vazia,Ata que está vacía,
E, o que mais tem o chão que você pisa?E, que mais ten o chan que pises?
E de quem é aquilo que você pegaE de quen é aquelo que ti colles
Por interesse próprio das más intenções,Por propio interés das malas intencións,
Feridas marcadas no rosto,Feridas marcadas no rostro,
Enquanto houver alguém daquele sangue,Mentres que quede alguén daquel sangue,
Daqueles mortos, que queriam defender,Daqueles mortos, quixeron defender,
A terra que era sua queriam lhe tomarA terra que era súa queríanlla coller
Por quê?¿por que?
A terra que era sua queriam lhe tomarA terra que era súa queríanlla coller
Por quê?¿por que?

Deixar povos desertos,Deixar pobos desertos,
Sem nada para comer,Sen nada que comer,
Impondo sua lei de ter mais que ninguém,Impoñen a súa lei de ter máis que ninguén,
Exploram os recursos com divisões absurdas,Explotan os recursos con divisións absurdas,
Separando os entes queridos, filhos e paisSeparan aos seres queridos, fillos e pais
Escravizados, amarrados com correntes,Escravizados, atados con cadeas,
Os sonhos se perderam no mar,Os soños perderon no mar,
Ao seu lugar de origem, não voltarão,Ao seu lugar de orixe, non voltarán,
Não para de verterNon deixa de verter
Não para de correr o sangue,Non deixa de correr o sangue,
Sofrendo sem poder, com pedras contra tanques,Sufrindo sen poder, con pedras contra tanques,
Sementes de vencê-los,Sementes de vencerlles,
com pedras contra tanques,con pedras contra tanques,
Sementes de vencê-los...Sementes de vencerlles...

E neste mundo, ricos e pobres,E neste mundo, ricos e pobres,
Já tudo cheira, fronteiras são barreirasXa todo cheira, fronteiras son barreiras
Daquilo que apodrece no sul,Daquelo que apodrece no sul,
Não cresce grama,Non medra herba,
No norte está o poder,No norte está o poder,
Fincaram bandeiras com o fim de se proteger,Fincaron bandeiras co fin de protexerse,
Impedem que imigram as pessoasImpiden que inmigren as xentes
Que como você, que como ele,Que coma ti, que coma el,
Mantêm esperanças, precisam de um lar,Manteñen esperanzas, precisan dun fogar,
Não sei, por que chamar futuro negro?Non sei, por que chamar futuro negro?
Quando é branco o futuro, os poucos têm muito,Cando é branco o futuro, os poucos teñen moito,
Que vivem às custas dos outros, da sua pobreza,Que viven a conta doutros, da súa pobreza,
Aumentarão riquezas, sob preconceitos raciaisAumentarán riquezas, baixo prexuízos raciais
Tirando o pão para pagarQuitándolles o pan para pagar
Políticas colonialistas ocidentais.Políticas colonialistas occidentais.
E já a ninguém importa,E xa a ninguén lle importa,
Sua impunidade, ninguém suportaA túa impunidade, ninguén soporta
Que continuem fechadas as portas,Que sigan pechadas as portas,
Precariedade, provoca as migrações,Precariedade, provoca ás migracións,
Perigo de morte em condições penosasPerigo de morte en penosas condicións
Para cruzar o Estreito em um caixão,Para cruzar o Estreito nun cadaleito,
Um longo trecho, cheio de armadilhasUn longo treito, cheo de trampas
Cobertas com entraves legais,tapadas con trabas legais,
Que atentam contra todosque atentan en contra de todos
Os direitos humanos dos nossos iguais,os dereitos humanos dos nosos iguais,
Agem as autoridades com critério empresarialactúan as autoridades cun criterio empresarial
Como se fossem inimigos,como se fosen inimigos,
Fazendo mal aos animais,aos animais facéndolles o mal,
Esquecem-se das raízes,esquécense as raíces,
Esquecem-se das raízes da África, sua mãe!!!!esquecénse as raíces de África túa nai!!!!