Gaivota

Liberdade e saudade em “Gaivota” de Sónia Tavares

Em “Gaivota”, interpretada por Sónia Tavares, a figura da gaivota simboliza o desejo de liberdade e a saudade de um lugar ou de um amor. No verso “Se uma gaivota viesse/trazer-me o céu de Lisboa”, a ave é apresentada como uma mensageira entre o mar e a cidade, representando a vontade de reencontrar algo distante. O “céu de Lisboa” não se refere apenas à paisagem física, mas também a um espaço emocional de pertencimento e nostalgia, reforçando o tom contemplativo da música.

A expressão “coração perfeito/que no meu peito bateria/na tua mão cabia” revela a entrega total ao sentimento amoroso, mas também a vulnerabilidade de depender do outro para se sentir completo. A menção ao “português marinheiro, dos sete mares andarilho” conecta a letra à tradição marítima portuguesa, evocando a ideia de partir em busca de novas histórias, mas sempre com esperança de reencontro. A participação de Sónia Tavares no projeto “Amália Hoje” traz uma nova sonoridade ao fado, tornando a canção acessível a diferentes gerações, sem perder a profundidade do texto original de Alexandre O'Neill.