Tempestade de Verão

Luto e recomeço em "Tempestade de Verão" de Sophia Chablau

Em "Tempestade de Verão", Sophia Chablau utiliza o refrão "Nunca mais eu canto um dó" para expressar um lamento profundo. O termo "dó" funciona com duplo sentido: além de ser uma nota musical, também significa "pena" ou "compaixão" em português. Assim, a frase sugere que, após a separação, não só a música se cala, mas também se esgota a empatia e a capacidade de sentir pelo outro. A repetição desse verso, junto com imagens como "Nunca mais eu tomo Sol, por aí" e "Nunca mais eu passo lá pra te ver", reforça como a ausência transforma o cotidiano em um espaço vazio, onde até os pequenos prazeres perdem o sentido.

O título "Tempestade de Verão" serve como metáfora para um turbilhão emocional intenso, mas passageiro, típico desse tipo de tempestade. No entanto, para quem sofre a perda, essa tempestade parece não ter fim, como mostra o verso "Será sempre escuridão / Se você abrir essa porta". Elementos do dia a dia, como "fechar a janela", "fazer as sacolas" e "apagar as velas", marcam o fim de um ciclo e a despedida definitiva. Já versos como "Desafinado, assoviando / Novas canções que eu ainda não acabei" indicam uma tentativa de seguir em frente, mesmo que de forma hesitante. A parceria entre Sophia Chablau e Felipe Vaqueiro reforça o clima intimista e melancólico, aprofundando a sensação de perda e transformação emocional presente em toda a música.