Enxame

União e resistência nas periferias em “Enxame” do SP Funk

"Enxame", do SP Funk, destaca a força coletiva das periferias paulistanas ao usar a metáfora do enxame de formigas para simbolizar união e resistência. A frase “É tipo formiga, é o enxame, é a zica” mostra como, juntos, os artistas e a comunidade enfrentam as dificuldades (“zica”) com solidariedade e estratégia, agindo como um grupo coeso para sobreviver e prosperar.

A letra retrata o cotidiano das quebradas, abordando a correria, o perigo constante e a necessidade de respeito e humildade para não cair nas armadilhas do sistema. Trechos como “Não dorme, não sobra tempo nem pro mais super-homem” e “O crime não é tudo os cara só soube adoçar” evidenciam a pressão diária e a tentação do crime, enquanto “A amizade vai fortalecer, você vai ver / Nem que eu tenha que exercer, meu proceder” valoriza a lealdade e o comportamento correto, mesmo diante da repressão policial, representada por “os coxinha, os lock / Sempre pipocando cochichando no walk-talk”. A música também ressalta a vigilância constante e a desconfiança necessárias para sobreviver nesse ambiente.

A união entre SP Funk, RZO e Sabotage em "Enxame" reforça o rap nacional como ferramenta de resistência e transformação social. O refrão, repetido como um mantra, destaca a importância da família e da responsabilidade: “Família está unida / Confira, assim que é / O rap ta na responsa / Quem não é vira bolsa / Hu! só fica a roupa”. Quem não se compromete com a coletividade acaba ficando para trás, perdendo até a própria identidade. Assim, a música se consolida como um hino à união, à luta e à esperança, mostrando que o hip-hop é cultura, sobrevivência e transformação.