Ku Klux Klan

Racismo e resistência em "Ku Klux Klan" do Steel Pulse

Em "Ku Klux Klan", o Steel Pulse utiliza o nome do grupo racista americano como símbolo para denunciar o racismo enfrentado por negros britânicos nos anos 1970. Apesar de o Ku Klux Klan ser uma organização dos Estados Unidos, a banda deixa claro, como explicou Mykaell Riley, que a letra reflete a realidade local: jovens negros no Reino Unido eram vítimas de preconceito tanto de grupos extremistas, como o National Front, quanto da própria polícia. Esse contexto aparece em versos como “Walking along just kicking stones / Minding my own business / I come face to face, with my foe” (Andando por aí chutando pedras / Cuidando da minha vida / Dou de cara com meu inimigo), mostrando como o racismo pode surgir de forma inesperada no cotidiano.

A música é direta ao expor a violência e a desumanização, especialmente na linha “Dem seh one nigger the less / The better for the show” (Eles dizem: quanto menos um negro / Melhor para o espetáculo), revelando a lógica cruel dos racistas. O refrão “Stand strong black skin and take your blow” (Fique firme, pele negra, e aguente o golpe) é um chamado à resistência. A banda também denuncia a covardia dos racistas: “Those cowards only kill who they fear / That's why they hide behind / The hoods and cloaks they wear” (Esses covardes só matam quem eles temem / Por isso se escondem / Sob os capuzes e mantos que usam). Ao repetir “Things can't remain the same yah no!” (As coisas não podem continuar assim, não!), o Steel Pulse reforça a urgência de mudança social, usando o reggae como ferramenta de protesto e solidariedade.