Black Man

Diversidade e justiça social em “Black Man” de Stevie Wonder

Em “Black Man”, Stevie Wonder questiona a narrativa tradicional da história dos Estados Unidos ao destacar, de forma clara e afirmativa, as contribuições de pessoas de diferentes origens étnicas para o país. Lançada durante o Bicentenário dos EUA, a música faz um contraponto ao patriotismo excludente, mostrando que o progresso americano dependeu de negros, indígenas, asiáticos, latinos e brancos, todos citados nominalmente em feitos históricos. Ao mencionar nomes como Crispus Attucks, Dr. Daniel Hale Williams, Sacagawea e Caesar Chavez, Wonder corrige omissões históricas e reforça que justiça e liberdade só têm sentido quando são realmente para todos, como resume o refrão: “But we all must be given / The liberty that we defend / For with justice not for all men / History will repeat again” (Mas todos nós devemos receber / A liberdade que defendemos / Pois sem justiça para todos / A história vai se repetir).

A letra alterna feitos de diferentes grupos, funcionando como uma aula de história inclusiva e rompendo com o silenciamento das minorias. O uso repetido da frase “This world was made for all men” (Este mundo foi feito para todos os homens) reforça a mensagem universalista e igualitária, enquanto a enumeração de conquistas inspira orgulho coletivo e combate o racismo. O tom educativo é reforçado pelo trecho final em perguntas e respostas, que evidencia o papel de cada grupo na formação do país. Assim, “Black Man” se torna um manifesto pela diversidade e justiça social, usando exemplos concretos e o contexto histórico do lançamento para chamar à reflexão e à ação contra a exclusão e o preconceito.