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Canción Para Mi Muerte

Sui Generis

Reflexão sobre finitude e juventude em “Canción Para Mi Muerte”

Em “Canción Para Mi Muerte”, Sui Generis aborda a morte como uma presença íntima e inevitável, simbolizada pela imagem de "preparando a cama para dois" dentro do próprio quarto. Essa metáfora revela uma aceitação serena do fim, mas também o desejo de estar pronto para esse momento. O tom de resignação da música está diretamente ligado à experiência pessoal de Charly García durante o serviço militar, quando, após tentar uma dispensa, sentiu a morte de forma quase física e escreveu a letra logo depois. Assim, a canção carrega uma forte carga autobiográfica, transformando um episódio de vulnerabilidade em uma reflexão universal sobre amadurecimento e perda da inocência.

Os versos iniciais trazem a nostalgia de uma juventude idealizada: “Hubo un tiempo que fue hermoso / Y fui libre de verdad” (Houve um tempo que foi bonito / E fui realmente livre), contrapondo a liberdade e os sonhos da infância com a desilusão do crescimento, quando “mis fábulas de amor / Se fueron desvaneciendo / Como pompas de jabón” (minhas fábulas de amor / foram se desfazendo / como bolhas de sabão). A estrada longa e as fronteiras cruzadas sem perceber remetem ao envelhecimento e à inevitabilidade da morte, reforçada pela imagem dos “mil ancianos” (mil idosos) que se agarram ao corrimão, mas acabam partindo do mesmo jeito. Durante a ditadura argentina, a letra ganhou ainda mais força, tornando-se um símbolo para jovens que viam na música uma forma de resistência diante da repressão, ampliando o sentido da morte para além do individual, como metáfora da opressão e da luta por liberdade.

O pedido para que a morte "avise" antes de chegar — “No es porque te tenga miedo / Solo me quiero arreglar” (Não é porque eu tenha medo de você / Só quero me arrumar) — humaniza o medo do fim e mostra o desejo de dignidade diante do inevitável. “Canción Para Mi Muerte” se destaca por transformar uma experiência pessoal de angústia em uma reflexão coletiva sobre o ciclo da vida, a passagem do tempo e a busca de sentido diante da finitude.

Composição: Charly García. Essa informação está errada? Nos avise.

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