Karma

Retribuição e força feminina em "Karma" de Summer Walker

Em "Karma", Summer Walker transforma o conceito de karma em uma figura feminina que "dança" para o homem, criando uma metáfora direta e marcante. A artista usa sua experiência como dançarina de clubes de strip para ilustrar como ela mesma se torna o próprio karma, devolvendo ao homem exatamente o que ele merece, sem envolvimento emocional. Isso aparece em versos como “Let me dance for you, I'm sorry / Didn't wanna love me strong, then I'm gone” (Deixe-me dançar para você, desculpe / Não quis me amar de verdade, então eu vou embora), onde a dança simboliza uma resposta fria e calculada às dores causadas por ele.

O histórico de Summer Walker, que presenciou homens desrespeitando mulheres em sua antiga profissão, reforça o tom direto e levemente misterioso da música. Ao afirmar “I'm just here to do my job / I'm just karma” (Estou aqui só para fazer meu trabalho / Eu sou apenas o karma), ela assume um papel impessoal, como se cumprisse uma função inevitável do universo. A repetição de “You can't keep just doin' them girls like that / Thinkin' that nobody finna bite back” (Você não pode continuar tratando essas garotas assim / Achando que ninguém vai revidar) destaca o tema central da retribuição: quem age mal, cedo ou tarde, enfrenta as consequências. Referências como “devil in disguise” (diabo disfarçado) e à figura vestida de branco mostram que o karma pode se apresentar de formas inesperadas, misturando aparente inocência com justiça implacável. Assim, a música equilibra vulnerabilidade e força, mostrando que a justiça cármica pode ser sutil, mas definitiva.