School

Crítica à conformidade escolar em “School” do Supertramp

A música “School”, do Supertramp, vai além de uma crítica direta ao sistema educacional. Ela mostra como a escola, em vez de preparar o indivíduo para a vida de forma completa, muitas vezes reforça padrões de obediência e conformidade, deixando de lado aspectos importantes como intuição e sentimentos. Isso aparece claramente na letra ao retratar a rotina do estudante, pressionado a seguir regras e a se espelhar em “Johnnie, too good”, que representa o aluno modelo, aquele que nunca questiona e sempre faz o que é esperado. Roger Hodgson, um dos autores da música, já afirmou que a intenção era justamente provocar uma reflexão sobre o que realmente se aprende na escola e como isso pode deixar as pessoas despreparadas para os desafios reais da vida.

A letra também destaca o conflito entre o desejo de liberdade e as imposições sociais, especialmente nos versos “Don't do this and don't do that / What are they trying to do? Make a good boy of you” (Não faça isso e não faça aquilo / O que eles estão tentando fazer? Transformar você em um bom menino). A repetição de proibições e a expectativa de se tornar um “bom menino” ilustram a pressão para se encaixar em padrões pré-estabelecidos, enquanto a dúvida e a inquietação aparecem em “And you're full of doubt” (E você está cheio de dúvidas). No final, “It's always up to you if you want to be that / Want to see that, want to see that way” (Sempre depende de você se quer ser assim / Se quer ver isso, se quer ver desse jeito) sugere que, apesar das pressões externas, a escolha de seguir ou desafiar essas normas é pessoal. A introdução com harmônica, que soa como um grito solitário, reforça musicalmente o sentimento de isolamento e a busca por autenticidade em meio à conformidade.