P.L.U.C.K (Hye Enk Version)

Protesto e memória em “P.L.U.C.K (Hye Enk Version)” do System Of A Down

O título “P.L.U.C.K (Hye Enk Version)”, sigla para “Politically Lying, Unholy, Cowardly Killers” (Assassinos politicamente mentirosos, ímpios e covardes), deixa claro o alvo da crítica: a negação do genocídio armênio pelo governo turco e a impunidade dos responsáveis. A letra destaca a dimensão coletiva da violência, como nos versos “A whole race, genocide / Taken away all of our pride” (“Uma raça inteira, genocídio / Tiraram todo o nosso orgulho”), mostrando que o impacto vai além das mortes individuais, atingindo a cultura e a identidade de um povo. A frase “The sick man of Europe finishing his meal” (“O doente da Europa terminando sua refeição”) faz referência ao apelido do Império Otomano, responsabilizando-o diretamente pelo massacre e sugerindo que o genocídio foi um ato deliberado, consumado sem oposição internacional relevante.

A música é marcada por indignação e um apelo à justiça, evidenciado em versos como “Recognition, restoration, reparation” (“Reconhecimento, restauração, reparação”) e “Revolution, the only solution” (“Revolução, a única solução”). Esses trechos reforçam a necessidade de reconhecimento histórico, reparação às vítimas e resistência ativa contra a negação. O refrão agressivo “Fuck you like a dog when I see you barking like a dog” (“Que se dane como um cachorro quando vejo você latindo como um cachorro”) expressa o desprezo pelos negacionistas e a raiva diante da impunidade. O contexto da banda, formada por descendentes de armênios e engajada na luta pelo reconhecimento do genocídio, intensifica o tom de protesto e urgência, tornando a música um chamado à ação coletiva e à preservação da memória.