Blind

Vulnerabilidade e autossabotagem em "Blind" de SZA

Em "Blind", SZA explora a sensação de estar perdida e incapaz de enxergar suas próprias necessidades, mesmo sabendo que tudo o que procura já está dentro de si. O refrão, com a repetição de "Blind" (Cega), reforça esse sentimento de cegueira emocional. Ela admite buscar validação em relações tóxicas e comportamentos autodestrutivos, como nos versos “Fuckin' on my ex 'cause he validate me” (Transando com meu ex porque ele me valida) e “All of the love I seek living inside of me, I can't see, I'm blind” (Todo o amor que eu procuro vive dentro de mim, mas eu não consigo ver, estou cega). A música retrata a dualidade do amor, mostrando como SZA se sente atraída por parceiros tóxicos, mesmo reconhecendo o vazio e a falta de amor-próprio que isso causa.

As referências culturais, como “Raunchy like Bob Saget” (Indecente como Bob Saget) e “I ain't no Julia Stiles, this ain't no last dance” (Eu não sou Julia Stiles, isso não é o último baile), trazem humor e ironia, mas também ilustram a complexidade da identidade de SZA e das expectativas externas. O verso “Third day pop out the tomb” (No terceiro dia saio do túmulo) faz alusão à ressurreição de Jesus, sugerindo uma tentativa de renascimento, mas logo é seguido por comportamentos contraditórios, como buscar relações disfuncionais e evitar compromissos. Já “You still talking 'bout babies, and I'm still taking the Plan B” (Você ainda fala sobre ter filhos, e eu ainda tomo a pílula do dia seguinte) evidencia a diferença de objetivos e a recusa de SZA em se prender a expectativas tradicionais. A produção minimalista da faixa destaca a vulnerabilidade da artista, permitindo que a honestidade da letra ressoe com quem já se sentiu perdido ou em busca de validação.