Far

Liberdade e autodefinição em "Far" de SZA

Em "Far", SZA inicia a música com um diálogo com Sadhguru, trazendo à tona sua busca por liberdade e autoconhecimento diante da rejeição. Essa introdução filosófica destaca a ideia de que a solidão pode ser libertadora quando ninguém mais tem poder sobre sua identidade. Esse conceito se conecta diretamente ao refrão, em que SZA repete: “Far, far, like, I don't recognize me” (Longe, longe, como se eu não me reconhecesse), mostrando como o distanciamento emocional e a sensação de perder a própria essência surgem após permitir que outra pessoa a definisse.

Ao longo da letra, SZA usa frases como “I put my feelings on layaway” (Coloquei meus sentimentos de lado) e “Done being used, done playing stupid” (Cansei de ser usada, cansei de bancar a tola) para reforçar sua decisão de romper com ciclos de autossabotagem e dependência emocional. Ela expõe de forma direta o impacto de um relacionamento conturbado em sua autoestima, especialmente no verso “I'm far, far 'cause I can't trust nobody” (Estou longe, longe porque não posso confiar em ninguém). O desejo de se afastar, mesmo que isso a faça se sentir isolada, reflete sua busca por reconstrução interna e autenticidade. Trechos como “I remember when you had me upside down / Stressed me out and turned me out, it's all back now” (Lembro quando você me deixou de cabeça para baixo / Me estressou e me mudou, tudo voltou agora) mostram que as memórias ainda a afetam, mas também indicam um processo de superação. Assim, "Far" constrói uma narrativa de autodefinição, em que o afastamento é visto como um passo necessário para a cura e o resgate da própria identidade.