MONSTRUO (part. Feid)

Desejo e intensidade sombria em “MONSTRUO (part. Feid)”

“MONSTRUO (part. Feid)”, de Tainy, transforma o desejo e a atração em uma experiência intensa e quase teatral, alinhada à proposta experimental e cinematográfica do artista. A expressão “me vuelvo un monstruo” (“eu me torno um monstro”) revela uma entrega incontrolável ao prazer, reforçada pela atmosfera sombria e dramática da produção musical e do videoclipe, que se inspira no expressionismo alemão. Essa escolha estética amplia o significado da letra, indo além do reggaeton tradicional ao explorar o lado obscuro e irresistível da paixão, como no verso “yo me vuelvo un monstruo y la rompo, la sentí” (“eu me torno um monstro e arrebento, eu senti”).

A sensualidade urbana está presente em toda a letra, com metáforas explícitas e duplos sentidos, como “ese culo en el clutche” (“essa bunda no banco do carro”) e “yo te chingo sin pill, yo te pago los bills” (“eu transo com você sem camisinha, eu pago suas contas”), misturando desejo sexual, independência e ousadia. A relação descrita é marcada por liberdade e intensidade, sem compromisso fixo, mas com uma conexão forte e momentânea, evidenciada em versos como “si tú no eres de nadie, ¿por qué cuando te hablo tú no te quieres ir?” (“se você não é de ninguém, por que quando eu falo com você, você não quer ir embora?”). O tom provocativo se equilibra com uma melancolia sutil, inspirada em “La Chanson D’Hélène”, sugerindo que, por trás do desejo, existe uma busca por algo mais profundo. A estreia da música em Medellín, sob chuva e com forte presença dos fãs, reforça o caráter emocional e inovador da faixa, conectando a intensidade da letra ao momento vivido pelos artistas e pelo público.