Feels Like We Only Go Backwards (feat. Kendrick Lamar)

Contraste entre estagnação e resistência em “Feels Like We Only Go Backwards (feat. Kendrick Lamar)”

A colaboração entre Tame Impala e Kendrick Lamar em “Feels Like We Only Go Backwards (feat. Kendrick Lamar)” destaca o contraste entre a sensação de estagnação e a busca por mudança. O refrão original, repetido ao longo da música, expressa frustração e um ciclo de expectativas frustradas: “It feels like I only go backwards, lately / Every part of me says: Go ahead / I got my hopes up again, oh no, not again” (Parece que só ando para trás, ultimamente / Tudo em mim diz: Vá em frente / Fiquei esperançoso de novo, ah não, de novo). Esses versos refletem um sentimento de impotência diante de obstáculos recorrentes, algo presente na sonoridade psicodélica e introspectiva do Tame Impala.

A participação de Kendrick Lamar, criada especialmente para a trilha do filme “Divergente”, amplia o significado da faixa ao trazer uma perspectiva de resistência. Kendrick utiliza versos como “System ain't no system for justice if you would ask me / I'll tell you everything is corrupted” (Sistema não é sistema de justiça, se você me perguntar / Eu diria que tudo está corrompido), conectando a crítica social à sensação de retrocesso do refrão. Ao afirmar “I refuse to play the victim, my religion is to move ya / Out your power position, my army head-on collision” (Recuso-me a ser vítima, minha religião é te mover / Tirar você da posição de poder, meu exército vai de frente), Kendrick propõe uma postura ativa diante das adversidades. Assim, a música se transforma em um diálogo entre resignação e resistência, refletindo tanto a introspecção do Tame Impala quanto a combatividade de Kendrick Lamar.