Oblivion

A entrega emocional e o vazio em "Oblivion" do Tame Impala

Em "Oblivion", do Tame Impala, a escolha da palavra "oblivion" (esquecimento, anulação) como destino preferido diante da impossibilidade de viver um amor revela uma intensidade emocional que ultrapassa a tristeza comum. O eu lírico se mostra disposto a desaparecer ou se perder caso não consiga concretizar essa conexão. O refrão repetitivo – “I would, I would, I would” (“Eu faria, eu faria, eu faria”) – reforça a obsessão e a determinação do narrador em tentar de tudo para alcançar a pessoa amada, mesmo que isso signifique encarar o vazio absoluto se fracassar. A atmosfera melancólica é marcada por versos como “If I don't get to you, my love, then I choose oblivion” (“Se eu não chegar até você, meu amor, então escolho o esquecimento”), sugerindo que a ausência desse amor torna a existência insuportável ou sem sentido.

A narrativa gira em torno de uma busca incessante e quase desesperada por alguém distante, marcada por fascínio e hipnose – “When I saw your face, I was hypnotized, baby” (“Quando vi seu rosto, fiquei hipnotizado, amor”). Expressões como “endlessly I tried to reach you” (“tentei te alcançar sem parar”) e “never yearned for love so deeply” (“nunca desejei tanto um amor”) mostram que esse sentimento é idealizado e inatingível, aprofundando o tom introspectivo e resignado da música. A repetição de “I'm going to oblivion” (“estou indo para o esquecimento”) funciona como uma metáfora para o desejo de escapar da dor da separação, escolhendo o esquecimento ou a anulação emocional como única alternativa. Assim, "Oblivion" explora o limite entre o desejo intenso e a autodestruição emocional, transmitindo vulnerabilidade e entrega total ao sentimento amoroso.