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O Meu Microfone

Tânia Alves

Agora, gente boa, não dá mais pra enganar
Olha toda essa "rapeize" que se amarra eme cantar
Eu digo: É tudo fera figurando essa onda
E as caretices rolantes estão sempre contra

Batendo no couro o swing da raça
Suando, sentindo a pulsação da massa
Pra gente mexer, pra gente dançar
Gatos e gatas de qualquer lugar

Eu entro no clima de um certo rapaz
Cantando no balanço que ele me faz
Só metalizando os nossos corações
Esperto e romântico pra todas as fãs

Ele dança agarrado com seu instrumento
E ele vai, e ele vem e não para um momento
Num altar eletrônico, uma ilha de som
Eu perdida, apaixonada pelo microfone

Vem me ver, vem me ver
Vem me ver, vem me ver

Eu curto, eu danço, eu pulo, eu grito
Eu finjo que sou alguém que não sou
Eu sou sempre o contrário do que você pensar
Que é pra movimentar esse jogo de amar

E se você ganhar o que é que Deus vai dizer
Dos poderes proibidos
Dos mistérios traídos o que é que Deus vai dizer
Do te novo poder

Faça como você gosta, procure o que quer
Baby, eu te prometo quando você vier
Com toda aquela força do jeito que eu gosto
Eu dou pra você o meu controle remoto

Vamos mexer, vamos dançar
Gatos e gatas de qualquer lugar
Que eu canto pra vocês com a boca no trombone
Mandando a minha voz pelo microfone

Vem me ver, vem me ver
Vem me ver, vem me ver

Vem me ver, vem me ver
Vem me ver, vem me ver

Se você vai numa festa uma noite sem lei
Ou se perde pelas ruas a procura de alguém
Vai sentir o drama, o clima trincadão
Da vedete heavy-metal lá do calçadão

O ídolo da semana na linda luz azul
Flutua nas telinhas de norte a sul
Beijável, lambível
Chupável, mordível

Devorado por você que acredita em tudo
Você que é tão esperto, que nunca vai no fundo
Você que foi o único que não sacou
Que o caso Lobão foi um caso de amor

É que a vida do artista não é normal
Líder da galera, He-Man musical
Chamando a energia em todos corações
É por isso que eu preciso do meu microfone

Vem me ver, vem me ver
Vem me ver, vem me ver

Vem me ver, vem me ver
Vem me ver, vem me ver

O meu verbo é no tempo tropical sideral
Não sei porque insisto que o amor é o canal
Rimas e palmeiras, palmeiras e óvnis
Sangue nas areias, bananas e fuzis

Bye bye oxigênio diz Tupã injuriado
Cilada I, cilada II e um nordeste abandonado
Mas o papo atravessado é que ninguém mais gosta
Tá todo mundo... de costa à costa

É o maior vudu, estágio no perigo
Na saúde, no dinheiro, o dinheiro, amigo
Mas o futuro é agora, tem que ser super herói
Acabou-se a minha calma isso é que dói, dói, dói

Enquanto isso eles prosseguem seu joguinho nuclear
Pense nas crianças de qualquer lugar
Tudo que há de bom vale a pena em seu nome
Xingar, sonhar, gritar no meu microfone

Vem me ver, vem me ver
Vem me ver, vem me ver

Vem me ver, vem me ver
Vem me ver, vem me ver

Vem me ver, vem me ver
Vem me ver, vem me ver

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