Cheat Code (part. VINEX)

Superação e identidade negra em “Cheat Code (part. VINEX)”

Em “Cheat Code (part. VINEX)”, Tasha & Tracie usam a ideia de “cheat code” — termo dos videogames para códigos que facilitam o jogo — como metáfora para criar atalhos e superar barreiras sociais e pessoais. A expressão aparece no refrão e no verso de Tracie: “O foda é que eu vivo como se eu tivesse um cheat code”, mostrando como elas transformam dificuldades em oportunidades, especialmente no contexto de mulheres negras das periferias. O conceito de hackear o próprio destino ganha um novo significado, representando autossuficiência e resiliência diante das adversidades.

VINEX, logo no início, traz versos como “Quero superar o Bill / Gates abrindo amanhã”, que expressam ambição e desejo de ascensão financeira. As menções à “Rocam” (polícia militar de SP) e ao “Uber” refletem os desafios e a vigilância enfrentados por jovens negros nas cidades. Elementos como “rocambole” (recompensa) e “talismã” (proteção) reforçam a busca por pequenas vitórias e sorte no cotidiano. Tasha & Tracie também celebram o empoderamento feminino negro com versos como “Bad bitch preta, chefe, in this mutha”, afirmando força e autenticidade em um espaço tradicionalmente masculino.

A letra mistura orgulho, autoconfiança e crítica social, incentivando a valorização da própria história e a busca por progresso sem depender da aprovação dos outros. O corte de relações tóxicas, a independência financeira e a competição consigo mesma aparecem como caminhos para o sucesso. Frases como “Se opinião pagasse eu tava rica, milionaria” ironizam o julgamento externo, enquanto “Compito comigo mesma, coisa rara, não compara” reforça a autenticidade. “Cheat Code (part. VINEX)” se destaca como um manifesto de força, autonomia e celebração da identidade negra, usando referências urbanas para inspirar superação.