Freestyle 2022 (part. DaLua, Dow Raiz, OS NANA, Cjota, Rudies Flacko, MC PH e Kyan)

Reflexão sobre conquistas e identidade em “Freestyle 2022”

“Freestyle 2022 (part. DaLua, Dow Raiz, OS NANA, Cjota, Rudies Flacko, MC PH e Kyan)”, de Tasha & Tracie, transforma experiências das periferias em versos que falam de superação e orgulho, sem idealizar as dificuldades. A letra destaca conquistas materiais, como em “Comprei um carro, uma moto / Ano que vem vou ter uma casa com seis”, mas também questiona o real valor dessas vitórias quando não há paz interior ou senso de pertencimento: “O que adianta eu chegar lá? Se quando eu chegar não me sentir inteiro?”. Essa reflexão amplia o conceito de sucesso, mostrando que ele vai além do dinheiro e da ostentação.

Cada artista participante traz sua vivência para a música, abordando temas como rejeição, racismo, depressão e a pressão de “tirar a família da lama”. Tasha & Tracie reforçam a valorização da cultura negra e periférica, especialmente ao dizer “Pra nós que somos pretas, os clichês são outros”, ressaltando a importância da autoestima e autenticidade, principalmente para mulheres negras. A música também utiliza metáforas e duplos sentidos, como em “mina vampira, muito tóxica, só que vicia”, que pode se referir tanto a relações amorosas destrutivas quanto a tentações e vícios do cotidiano. O tom direto e realista, junto à mistura de rap e funk, reforça a mensagem de resiliência e a busca por reconhecimento sem perder as raízes.