Superstar

Afirmação e poder feminino em "Superstar" de Tasha & Tracie

Em "Superstar", Tasha & Tracie deixam claro desde o início que não aceitam padrões impostos. A frase “Foda-se, eu sou o conceito” mostra que elas transformam a própria identidade em referência, recusando-se a se encaixar em expectativas externas. O verso “Meu primeiro nome é: Corre, segundo: Movimentando” reforça a ideia de ação constante e superação, refletindo a trajetória das artistas, que vieram da periferia e conquistaram espaço no rap nacional com trabalho duro e reinvenção.

A letra traz uma narrativa de autovalorização e retomada de poder, especialmente após experiências que tentaram diminuir a protagonista. Trechos como “Chamo meu poder de volta / Eu não te autorizei” evidenciam o resgate da autonomia e a recusa em deixar que outros controlem sua autoestima. O refrão “Olha essa bunda, corpo, face, pele, pula / Filha da puta” usa a sexualidade de forma direta e desinibida, não como submissão, mas como símbolo de orgulho e enfrentamento dos julgamentos. Essa postura está alinhada ao ativismo das irmãs, que usam a música para empoderar jovens negras e periféricas, promovendo autoestima e autenticidade.

A música também mistura referências ao luxo e à ascensão social, como “(Drake) nova, rica” e “brindo taças, mais um troféu”, reforçando a superação e a ostentação como resposta à exclusão. Ao afirmar “Nós não dobra, nem quebra / Original, superstar”, Tasha & Tracie celebram resistência e originalidade, mostrando-se como exemplos de sucesso que desafiam as expectativas sobre a juventude negra da periferia. "Superstar" se apresenta, assim, como um manifesto de poder, autoconhecimento e vitória diante das adversidades.