TOM SOBRE TOM (part. Gregory e Kyan)

Superação e identidade periférica em “TOM SOBRE TOM”

Em “TOM SOBRE TOM (part. Gregory e Kyan)”, Tasha & Tracie utilizam referências marcantes para afirmar sua força e identidade. O verso “Eu sou o mar que Moisés não passou” inverte uma passagem bíblica para mostrar resiliência e poder, destacando a ideia de que, vindas da periferia, elas se tornaram obstáculos intransponíveis para quem tenta subestimá-las. O título e o verso “gosto de tom sobre tom” remetem à sobreposição de experiências e estilos, refletindo a proposta do EP “Yin Yang” de explorar dualidades e complementaridades nas trajetórias e relações das artistas.

A letra é direta e confiante, celebrando conquistas pessoais e coletivas: “Saí do nada, ganhei meu espaço / Fortaleci todos meus parceiros”. A participação de Kyan e Gregory simboliza a força dos laços afetivos e profissionais, reforçando a importância da união. A crítica social aparece em versos como “Dias mais difíceis que vidas inteiras de filha da puta / Que fala que não é playboy”, denunciando a hipocrisia e as barreiras sociais. Já o trecho “Amizades hoje todas superficiais / Por qualquer merreca, eles vão te passar pra trás” revela a desconfiança diante de relações interesseiras, comum em trajetórias de ascensão. A fusão de gêneros musicais e versos como “Eu não tomo golpe / Eu sei como essa máquina funciona” e “Faço minha grana, não sou tiktoker mas faço minha dança” reforçam a autovalorização e a recusa em se submeter a padrões. “TOM SOBRE TOM” sintetiza a luta por reconhecimento, a celebração das raízes e a busca por progresso, sem perder autenticidade.