Like I do

Relações tóxicas e inveja em "Like I do" de Tate McRae

Em "Like I do", Tate McRae aborda de forma direta a experiência de lidar com uma amizade tóxica, marcada por inveja e competição disfarçadas de proximidade. A artista expõe a dinâmica de alguém que, sob o pretexto de amizade, tenta copiar seu estilo, conquistas e até relacionamentos. Isso fica evidente no trecho “You just wanna do what I do / What I do (I do), like I do” (Você só quer fazer o que eu faço / O que eu faço, como eu faço), mostrando que não se trata de admiração, mas de uma tentativa constante de tomar seu lugar. A desconfiança é reforçada em versos como “I don't trust you, not at all” (Eu não confio em você, nem um pouco) e “Know you're prayin' on my downfall” (Sei que você torce pela minha queda), deixando claro o clima de rivalidade e falsidade.

A música também explora a ambiguidade dos sentimentos envolvidos nesse tipo de relação. No trecho falado “I can't tell if you wanna kill me or if you wanna kiss me / And sometimes I'm flattered / But also, fuck you” (Não sei se você quer me matar ou me beijar / E às vezes me sinto lisonjeada / Mas também, vai se ferrar), McRae mistura sarcasmo e desconforto, mostrando como a obsessão do outro pode ser ao mesmo tempo lisonjeira e insuportável. O verso “Friends with the ones that you know you shit-talkin' about” (Amiga das pessoas sobre quem você fala mal) denuncia a superficialidade e falsidade dessa pessoa. Com um tom irônico e produção pop com influências de R&B alternativo, McRae transforma experiências pessoais de traição e ciúme em uma crítica direta à falta de autenticidade e à inveja mascarada de amizade.