Espanhola

Empoderamento e irreverência feminina em “Espanhola”

“Espanhola”, de Tati Quebra Barraco, destaca-se pelo uso explícito e irreverente da sexualidade feminina, uma marca registrada da artista. Com versos como “A xota tá manjada e o cuzinho também” e “Pegue nos meus peitinhos / No meio vai a rola”, a música reforça o empoderamento sexual e a autonomia da mulher sobre o próprio corpo. Tati aborda o sexo de forma aberta e sem pudores, desafiando tabus e estereótipos de gênero, especialmente no contexto das comunidades periféricas do Rio de Janeiro, onde o funk carioca surgiu como uma forma de resistência e expressão popular.

O título “Espanhola” pode remeter a um estereótipo ou personagem, mas, sem informações adicionais sobre essa escolha, o destaque da música está na maneira como Tati utiliza humor e ousadia para tratar de temas considerados polêmicos. A repetição de frases de duplo sentido e a naturalização do desejo feminino funcionam como crítica à repressão sexual e à hipocrisia social, ao mesmo tempo em que celebram a liberdade e o prazer. Assim, “Espanhola” reafirma a proposta artística de Tati Quebra Barraco de dar voz às mulheres das favelas, mostrando que elas também têm direito ao protagonismo e à diversão sem julgamentos.