Anti-Hero (remix) (feat. Bleachers)

Autocrítica e ironia em “Anti-Hero (remix) (feat. Bleachers)”

Em “Anti-Hero (remix) (feat. Bleachers)”, Taylor Swift e Jack Antonoff brincam com estereótipos culturais e a sensação de não pertencimento. A troca da frase “everybody is a sexy baby” por “everybody is an art bro” (todo mundo é um cara das artes) não é só uma piada interna entre os dois, mas reforça o tom irônico e autocrítico da música. Essa mudança destaca como ambos se sentem deslocados diante das tendências e expectativas sociais, ampliando o tema central da faixa: a autopercepção distorcida e a dificuldade de se encaixar.

A música mergulha na autocrítica, com Swift admitindo: “I'm the problem, it's me” (o problema sou eu). Ela expõe inseguranças, culpa e até um narcisismo disfarçado de boas intenções, como em “Did you hear my covert narcissism / Lightly disguised as altruism / Like some kind of congressman?” (Você ouviu meu narcisismo disfarçado / Levemente disfarçado de altruísmo / Como um tipo de congressista?). O sarcasmo aparece ao comparar sua autossabotagem a clichês de figuras públicas, enquanto o refrão reforça a ideia de ser vista como uma “anti-heroína” – alguém que nunca se encaixa no papel tradicional de heroína admirada. O trecho surreal sobre a nora que a mata por dinheiro e a família lendo o testamento traz humor sombrio, mostrando como até seus piores medos são tratados com ironia.

A participação do Bleachers intensifica o clima confessional e sarcástico, tornando a autodepreciação quase um ato de resistência. Assim, a faixa transforma vulnerabilidade em força, usando honestidade e humor ácido para desafiar tanto as próprias falhas quanto as expectativas dos outros.