The Tortured Poets Department

Ironia e autocrítica em "The Tortured Poets Department"

Em "The Tortured Poets Department", Taylor Swift faz uma crítica bem-humorada à ideia de que artistas precisam sofrer para criar obras autênticas. Logo no início, ela ironiza o uso da máquina de escrever como símbolo de autenticidade ao perguntar: “Who uses typewriters anyway?” (Quem usa máquinas de escrever hoje em dia?). A música satiriza a postura de artistas que se veem como figuras trágicas e profundas, ao mesmo tempo em que revela a artificialidade de certos gestos criativos.

O título e a referência ao "tortured poets department" funcionam como uma brincadeira com o clichê do artista atormentado. Swift desmonta esse mito ao mostrar um relacionamento marcado por dramas cotidianos e autossabotagem, como em “you're in self-sabotage mode / Throwing spikes down on the road” (você está em modo de autossabotagem / Jogando pregos na estrada). As citações a Dylan Thomas, Patti Smith e ao Chelsea Hotel reforçam o contraste entre o glamour do passado e a realidade comum dos protagonistas, chamados de “modern idiots” (idiotas modernos). Ao afirmar “You're not Dylan Thomas, I'm not Patti Smith” (Você não é Dylan Thomas, eu não sou Patti Smith), Swift reconhece que, apesar das aspirações artísticas, ambos estão longe do status mítico desses ícones. O humor aparece também na comparação do parceiro a um “tattooed golden retriever” (golden retriever tatuado), misturando carinho e ironia. O refrão “Who's gonna hold you like me? Nobody” (Quem vai te abraçar como eu? Ninguém) mostra a dependência emocional e a sensação de exclusividade entre eles. A canção mistura confissão, melancolia e sátira, expondo tanto as fragilidades quanto o apego dos envolvidos, enquanto as referências culturais ampliam o impacto emocional da letra.