Pago Santo

A Alma Missioneira de Telmo de Lima Freitas em 'Pago Santo'

A música 'Pago Santo' de Telmo de Lima Freitas é uma ode à terra natal do artista, a região missioneira do Rio Grande do Sul. Desde o início, a letra expressa um orgulho profundo por suas raízes, com o cantor se identificando como um 'missioneiro', alguém que vem do 'garrão deste Brasil'. A expressão 'capim rasteiro que do nada se criou' sugere uma origem humilde, mas resiliente, destacando a força e a simplicidade da vida no campo.

A canção é rica em imagens que evocam a vida rural e a cultura gaúcha. Termos como 'rondas de tropa', 'pastoreio' e 'pó da estrada' pintam um quadro vívido das atividades cotidianas e do ambiente natural da região. A referência ao 'cantar de esporas' e ao 'trotezito chasqueiro' reforça a conexão com a tradição dos tropeiros e dos cavaleiros, figuras emblemáticas do folclore gaúcho. A música também carrega uma melancolia sutil, expressa na 'tropilha de esperança extraviada' que 'vem pastar no coração', sugerindo sonhos e aspirações que se perderam ao longo do caminho.

A letra também aborda a espiritualidade e a conexão com a terra, simbolizada pelo 'calor do pai de fogo galponeiro' e o 'braseiro rubro' do pôr do sol. Esses elementos reforçam a ideia de um vínculo profundo e quase sagrado com o lugar de origem. A menção ao 'pavilhão tricolor' indica um orgulho regional e uma identidade forte. Mesmo diante da possibilidade de não conseguir continuar sua jornada, o artista assegura que sua 'cantiga missioneira' permanecerá, imortalizada na poeira das estradas, perpetuando a cultura e a memória de seu povo.