Werewolf

A Lenda do Lobisomem: Misticismo e Guerra em 'Werewolf' de Temnozor

A música 'Werewolf' da banda russa Temnozor é uma obra rica em simbolismo e referências culturais, misturando elementos de misticismo, guerra e identidade étnica. A letra, escrita em russo, evoca imagens de lendas antigas, batalhas épicas e a figura mítica do lobisomem, que serve como uma metáfora para a dualidade entre o homem e a besta, o civilizado e o selvagem.

O primeiro verso, 'Koldovskikh legend, Sumerechnykh snov', já nos transporta para um mundo de lendas e sonhos crepusculares, sugerindo um ambiente místico e sobrenatural. A menção ao 'sled' (rastro) do 'volkha' (lobisomem) e ao 'znak' (sinal) da 'rasy drevney' (raça antiga) reforça a ideia de uma herança ancestral e de um legado que atravessa gerações. A letra também faz referência a 'volch'ikh klyatv' (juramentos de lobos), indicando um pacto ou compromisso profundo, possivelmente com a própria natureza ou com forças sobrenaturais.

A música também aborda temas de guerra e sacrifício, como evidenciado nos versos 'Na polyakh voyny, Pravit seryy bes' (Nos campos de guerra, governa o demônio cinzento) e 'Pobeda ili smert' (Vitória ou morte). Esses trechos evocam a brutalidade e a inevitabilidade do conflito, onde a vitória é a única alternativa à morte. A imagem do 'volchiy krest' (cruz de lobo) forjada ao nascer do dia sugere um símbolo de resistência e força, enquanto o 'grokhote sapog' (estrondo das botas) e 'tankovoy atake' (ataque de tanques) trazem à mente cenas de batalhas modernas, possivelmente referenciando a Segunda Guerra Mundial.

Por fim, a letra conclui com uma reflexão sobre a dualidade do ser humano, 'Mistik I soldat, Voin I tvorets' (Místico e soldado, Guerreiro e criador), e a fusão entre o 'volk' (lobo) e o 'chelovek' (homem). Essa dualidade é esculpida em 'skal granit' (granito das rochas), simbolizando a permanência e a imutabilidade dessa condição. A música 'Werewolf' de Temnozor, portanto, é uma poderosa meditação sobre identidade, herança e a eterna luta entre o selvagem e o civilizado dentro de cada um de nós.