Saudade, tempo e reconciliação em “93”, do Terno Rei
Em “93”, o número vira mais que data: é medida de um tempo que não volta e de uma vida contada pela falta. A repetição “Quanto tempo faz? 93” sustenta a espera e reforça a leitura que aponta 1993 como origem da lembrança, até o reconhecimento melancólico de que “93 não vai voltar”. No centro está a vulnerabilidade: “Quando você vem aqui e olha pra mim, me desmonta”. A voz tenta resgatar algo do passado — “E voltar a ser” —, mas a canção admite o limite desse desejo: a saudade insiste, enquanto a realidade impõe distância.
Há uma narrativa de reconciliação que não se cumpre. O gesto romântico aparece em “As flores entreguei lá no seu prédio / No primeiro andar”, imagem que, como destacam leituras do disco Violeta, acena a uma reaproximação possível. Mas surgem resistências internas e externas: “Vozes falam para ti que o retorno é / Como andar pra trás”, e o outro permanece opaco: “Você tem um jeito que não sei decifrar”. “93” pode nomear o ano que cristaliza a memória, mas também um código de tempo (dias, meses) ou um marcador de lugar, em tensão com o “primeiro andar”. A sonoridade de rock alternativo com traços de dream pop desfoca os contornos entre lembrança e presente, sustentando uma melancolia contida entre insistência e aceitação.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.




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