Roda de Fogo

Violência e esperança nas periferias em “Roda de Fogo”

Em “Roda de Fogo”, Teteu Batatinha faz um retrato direto e impactante da realidade das favelas, comparando a violência local à do Iraque para destacar a gravidade do cotidiano enfrentado pelos moradores. A letra mostra como o medo, a criminalidade e a luta pela sobrevivência fazem parte da rotina, usando a expressão “Roda de fogo” para simbolizar o ciclo constante de desafios e violência. Versos como “Vacilou e tomou pipoco (pow pow)” deixam clara a brutalidade presente no dia a dia dessas comunidades.

Um dos pontos centrais da música é a valorização da figura materna como fonte de proteção e orientação, mesmo na ausência de fé religiosa, como em “Não tenho crença, mais eu tenho a minha mãe / Que é minha bença”. A canção também ressalta a importância de não julgar pelas aparências e de manter valores transmitidos pela família, especialmente pela mãe. O desejo por paz e felicidade aparece como um anseio coletivo, contrapondo-se à “tacha da violência” e à atração do crime entre os jovens, como em “Os meno na criminalidade”.

O trecho “Graças à música achei a saída” mostra o papel transformador da arte, sugerindo que a música pode ser um caminho de superação e esperança. Além disso, a crítica ao materialismo em “o dinheiro vale mais que a vida” denuncia a inversão de valores que alimenta o ciclo de violência. Assim, “Roda de Fogo” se destaca como um relato honesto das dificuldades das periferias, mas também como um apelo por consciência, educação e paz, com a família como base para resistir às adversidades.