Across The Universe

Espiritualidade e aceitação em “Across The Universe” dos Beatles

Em “Across The Universe”, dos Beatles, a repetição do mantra sânscrito “Jai Guru Deva, Om” destaca a influência da meditação transcendental na vida da banda, especialmente durante o final dos anos 1960. Esse mantra funciona como um ponto de equilíbrio espiritual em meio ao turbilhão de pensamentos e emoções descritos na letra. O verso “Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my opened mind” (“Poças de tristeza, ondas de alegria atravessam minha mente aberta”) reflete um momento pessoal de John Lennon, após uma discussão com sua esposa, e revela a oscilação entre tristeza e alegria que faz parte da experiência humana, sugerindo uma aceitação tranquila dessas dualidades.

A música cria uma atmosfera contemplativa ao apresentar imagens como “words are flowing out like endless rain into a paper cup” (“palavras fluem como chuva sem fim em um copo de papel”) e “thoughts meander like a restless wind inside a letter box” (“pensamentos vagam como um vento inquieto dentro de uma caixa de cartas”). Essas metáforas mostram como pensamentos e sentimentos são incontroláveis e se movem livremente “across the universe” (“pelo universo”). O refrão “Nothing’s gonna change my world” (“Nada vai mudar meu mundo”) expressa a busca por estabilidade interior, mesmo diante das mudanças externas, reforçada pelo mantra que evoca paz e conexão espiritual. A transmissão da música ao espaço pela NASA em 2008 reforça a ideia de transcendência e universalidade, mostrando como a mensagem de serenidade e aceitação de “Across The Universe” ultrapassa fronteiras pessoais e até planetárias.