THE BOX MEDLEY 10 (part. Oruam, Borges, Meno Tody, NGC Daddy, Pedrin e Js da Torre)

Realidade e ostentação em "THE BOX MEDLEY 10" nas favelas cariocas

"THE BOX MEDLEY 10 (part. Oruam, Borges, Meno Tody, NGC Daddy, Pedrin e Js da Torre)", do grupo THE BOX, retrata de forma direta a rotina difícil das favelas do Rio de Janeiro, marcada pela violência, repressão policial e perdas constantes. A referência à morte do "19" e a saudade de amigos evidenciam o luto e a revolta presentes no cotidiano dos artistas. O verso “Polícia filha da puta que matou o 19” expõe a brutalidade policial e a sensação de injustiça, enquanto “Rouba, trafica, duro não fica, como se fosse um estilo de vida” mostra como o crime é visto como uma alternativa de sobrevivência e ascensão social, refletindo a falta de oportunidades e a naturalização dessa realidade.

A ostentação surge como resposta à marginalização, com menções a roupas de marca, festas e bebidas caras, como em “Sempre comprar roupa nova, atualizar nova moda / Na favela tem de tudo, nem precisa ir no shopping” e “Vou fazer minha grana pro baile fim de semana / Usar um lança com as piranha e tomar uma dose de Buchanan's”. Os artistas buscam respeito e reconhecimento, equilibrando o orgulho das conquistas com a consciência dos riscos, como em “Meu rosto bonitin escondendo meu lado ruim”. O uso de gírias, linguagem explícita e metáforas violentas reforça a autenticidade do relato, aproximando o ouvinte da realidade das comunidades e destacando a força do rap contemporâneo brasileiro.