THE BOX MEDLEY FUNK 8 (part. MC Jhey, MC Rodrigo do CN, MC Paiva ZS, MC Nito e MC TH)

Contrastes de ostentação e realidade em “THE BOX MEDLEY FUNK 8”

“THE BOX MEDLEY FUNK 8”, do projeto THE BOX, destaca-se por unir ostentação e vulnerabilidade, mostrando como os MCs equilibram o luxo com a dura realidade das periferias. O refrão “Nós é puro de coração, mas não é bobo não” resume bem esse contraste: os artistas valorizam a autenticidade e o respeito, mas também deixam claro que é preciso se proteger e impor respeito diante das ameaças do cotidiano. O projeto, que reúne MCs de diferentes estados e contextos, reforça a diversidade e a resistência presentes no funk brasileiro.

A letra traz referências explícitas à ostentação, como carros de luxo, festas, perfumes caros (“Alexander McQueen, é o parfum que vai na minha pele”) e mulheres, mas não esconde a relação com o crime e a violência. Expressões como “Rajada de 30 na lata, é sem moderação” abordam o envolvimento com armas e confrontos, enquanto o verso “Eu não escolhi o crime, o crime que me escolheu” revela a falta de opções enfrentada por muitos jovens das periferias. A música também explora a sensualidade e o poder masculino, com trechos como “Festival de perereca, eu que sou o artista” e “vulgo: Hímen de xereca”, misturando humor, sexualidade e domínio, elementos típicos do funk.

No conjunto, a faixa oferece um retrato direto da vida nas quebradas, celebrando conquistas sem ignorar as dificuldades. O tom descontraído e urbano, aliado à colaboração entre MCs de diferentes regiões, reforça o papel do funk como expressão cultural e forma de resistência social.