BLACK EFFECT

Orgulho e resistência negra em "BLACK EFFECT" de The Carters

"BLACK EFFECT", de The Carters, destaca-se por transformar referências históricas e culturais negras em símbolos de orgulho e resistência. Jay-Z afirma repetidamente “I'm good on any MLK Boulevard” (Estou bem em qualquer Boulevard MLK), posicionando-se como alguém seguro e respeitado em espaços ligados à luta pelos direitos civis, ao citar Martin Luther King Jr. A letra também faz conexões diretas com figuras como Malcolm X e Trayvon Martin, reforçando o posicionamento político da música contra o racismo e a violência policial.

A canção celebra elementos marcantes da cultura afro-americana, como as tranças (“cornrows”), a culinária típica (“collard greens and yams”) e a ascensão social dos artistas negros, exemplificada em “The Chitlin' circuit is stopped / Now we in stadiums, Eighty Thou a wop” (O circuito Chitlin' acabou / Agora estamos em estádios, Oitenta mil por show). Beyoncé valoriza traços físicos historicamente marginalizados, como os quadris de Sarah Baartman, transformando-os em símbolos de beleza e poder. O trecho inicial, que fala sobre diferentes formas de amor, incluindo o amor-próprio e o amor à humanidade, estabelece um tom de afirmação e solidariedade. Já a crítica à brutalidade policial aparece em “Get your hands up high like a false arrest” (Levante as mãos como numa prisão injusta), denunciando práticas racistas e opressão institucional. Assim, "BLACK EFFECT" se consolida como uma declaração de identidade, superação e celebração da cultura negra, ao mesmo tempo em que denuncia injustiças e exalta a resiliência coletiva.