Gareth

Memórias e perdas na infância em “Gareth” de The Late Greats

A música “Gareth”, da banda The Late Greats, começa com a menção direta à morte de Gareth em 1999, marcando um momento decisivo na infância do narrador. Esse evento representa o fim de uma fase de inocência, simbolizada pelo desejo de ser “superman”. O tom da canção é nostálgico e melancólico, especialmente quando o narrador relembra momentos simples e afetivos, como os fins de semana pescando e as conversas que ainda permanecem em sua memória. Gareth, portanto, não é apenas uma pessoa querida que se foi, mas também um símbolo de um tempo perdido e da sensação de segurança que desapareceu com sua morte.

A letra também menciona Gus, descrito como alguém que “nunca ouviu latir, mas rugiu quando vieram bater à porta” (“never heard him bark, but he roared when they came knocking at the door”). Essa figura pode ser interpretada como um cão de estimação ou uma metáfora para alguém silencioso, mas corajoso e protetor em momentos importantes. A repetição de “He terrified / He electrified my veins” (“Ele aterrorizou / Ele eletrificou minhas veias”) reforça o impacto emocional dessas lembranças. Já o trecho “Forgotten concrete charm / Mechanical disarm / Turn bellies into mold / But we're all getting old” (“Charme de concreto esquecido / Desarme mecânico / Transformam barrigas em mofo / Mas todos estamos envelhecendo”) reflete sobre o envelhecimento e a passagem do tempo, mostrando como pessoas e lugares perdem o brilho, mas continuam presentes na memória. A imagem final de Gareth “hanging in the hall / Watching us all” (“pendurado no corredor / Observando todos nós”) sugere que sua presença ainda é sentida, seja por meio de uma foto ou lembrança, mantendo viva sua influência.