Oak & Ash & Thorn

Tradição e resistência em “Oak & Ash & Thorn”

Em “Oak & Ash & Thorn”, The Longest Johns resgatam tradições do folclore inglês ao destacar o papel simbólico e prático das árvores carvalho, freixo e espinheiro. O verso “Oh, do not tell the priest our plight, for he would call it a sin / But we've been out in the woods all night, a-conjuring summer in” (Oh, não conte ao padre nossa situação, pois ele chamaria de pecado / Mas estivemos na floresta a noite toda, invocando o verão) faz referência direta às antigas práticas pagãs, sugerindo que rituais realizados nos bosques durante o solstício de verão eram vistos como proibidos pela Igreja. Essa passagem conecta a música à tradição de rituais de fertilidade e renovação, comuns no folclore inglês, e mostra como essas celebrações eram formas de resistência cultural diante da repressão religiosa.

A letra também valoriza a importância dessas árvores na vida cotidiana e espiritual da Inglaterra. O trecho “Yew that is old in churchyard mold, he breedeth a mighty bow... Back you must speed for all that you need to Oak, and Ash, and Thorn” destaca que, apesar de outras árvores terem funções específicas, é ao carvalho, freixo e espinheiro que as pessoas sempre recorrem. Isso reforça a ideia de que essas árvores são a base da tradição e da identidade inglesa. O refrão, ao mencionar o "midsummer's morn'" (manhã do solstício de verão), enfatiza o caráter festivo e comunitário dessas celebrações. Ao reinterpretar o poema de Kipling, The Longest Johns mantêm viva a conexão entre passado e presente, celebrando a força e a magia das tradições populares.