Going To Hell

Desafio e culpa em "Going To Hell" de The Pretty Reckless

"Going To Hell", da banda The Pretty Reckless, usa referências religiosas e imagens provocativas para abordar temas como culpa, autodestruição e rebeldia. A música vai além do arrependimento tradicional ao adotar uma postura desafiadora diante do próprio "inferno" pessoal. No verso “Getting heavy with the devil / You can hear the wedding bells” (Ficando íntima do diabo / Você pode ouvir os sinos de casamento), a protagonista assume conscientemente seus pecados, quase como se estivesse selando um pacto com seu lado sombrio. Essa ideia se conecta à fala de Taylor Momsen, vocalista da banda, que explicou que o "inferno" representa tudo de errado ao nosso redor, especialmente após o Furacão Sandy, evento que impactou profundamente a banda durante a gravação do álbum.

A letra traz confissões e autocrítica, como em “For the lives that I fake / I’m going to hell” (Pelas vidas que eu finjo / Estou indo para o inferno) e “For the vows that I break / I’m going to hell” (Pelos votos que eu quebro / Estou indo para o inferno), mostrando uma personagem que reconhece suas falhas sem buscar perdão tradicional. O diálogo com a figura paterna pode ser entendido tanto como um pai literal quanto como um padre na confissão católica, ampliando o peso da culpa e da rebeldia. Metáforas como “hiking up my skirt” (levantando minha saia) e “sitting on a throne while they're buried in the dirt” (sentada em um trono enquanto eles estão enterrados na sujeira) misturam sexualidade, poder e desprezo, criticando a hipocrisia social e afirmando uma identidade fora dos padrões morais. O videoclipe, ao simbolizar os sete pecados capitais, reforça a ideia de que o "inferno" é tanto uma construção social quanto pessoal, e que a protagonista escolhe enfrentá-lo sem medo.