100 Years Ago

Reflexão sobre juventude e tempo em “100 Years Ago”

A música “100 Years Ago”, dos The Rolling Stones, aborda a sensação de que a juventude e a inocência parecem pertencer a um passado muito distante, mesmo que não tenha se passado tanto tempo assim. O verso “What tender days, we had no secrets hid away / Well, it seemed about a hundred years ago” (“Que dias ternos, não tínhamos segredos escondidos / Bem, parece que foi há cerca de cem anos”) expressa como as lembranças de simplicidade e liberdade ganham um tom quase mítico diante das preocupações da vida adulta. Mick Jagger escreveu a canção refletindo sobre envelhecimento e nostalgia, o que se conecta à melancolia da letra e à observação de que “all my friends are wearing worried smiles / Living out a dream of what they was” (“todos os meus amigos estão com sorrisos preocupados / Vivendo um sonho do que foram”). Isso sugere uma crítica à perda da espontaneidade e à tentativa de reviver o passado.

A música também questiona o amadurecimento tradicional, como nos versos “Don't you think it's sometimes wise not to grow up?” (“Você não acha que às vezes é sábio não crescer?”) e “Call me lazy bones / Ain't got no time to waste away” (“Me chame de preguiçoso / Não tenho tempo a perder”). Jagger desafia o valor de se conformar às expectativas adultas, preferindo se afastar das pressões do cotidiano, reforçado pelo refrão “please excuse me while I hide away” (“por favor, me desculpe enquanto me escondo”). Metáforas como “gazin' at some dragon in the sky” (“olhando para algum dragão no céu”) remetem à imaginação da infância, em contraste com a realidade atual. A transição musical da faixa, que começa suave e melancólica e evolui para um ritmo mais acelerado, acompanha essa oscilação entre nostalgia e inquietação, tornando “100 Years Ago” uma reflexão honesta sobre tempo, memória e o desejo de preservar a leveza juvenil.