Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me

Solidão e esperança em "Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me"

“Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me”, dos The Smiths, começa com sons autênticos da greve dos mineiros britânicos de 1984-85, criando um clima de desolação coletiva. Essa introdução conecta o sentimento de isolamento do narrador à sensação de abandono e luta social daquele período, sugerindo que o vazio emocional não é apenas individual, mas também um reflexo de uma sociedade em crise.

A letra explora o contraste entre o desejo intenso de ser amado e a realidade da solidão. O verso “Last night I dreamt that somebody loved me” (Na noite passada, sonhei que alguém me amava) revela um anseio profundo, mas logo é desfeito ao acordar, percebendo que era “just another false alarm” (apenas mais um falso alarme). A repetição de “no hope, no harm, just another false alarm” (sem esperança, sem dano, apenas mais um falso alarme) reforça a resignação diante das decepções constantes. As perguntas “tell me how long before the last one? And tell me how long before the right one?” (me diga quanto tempo até o último? E me diga quanto tempo até o certo?) mostram uma esperança persistente, mesmo diante do cansaço emocional. Morrissey, conhecido por abordar temas de desilusão e busca por conexão, resume aqui a experiência universal de desejar proximidade, mas enfrentar repetidas frustrações, como em “The story is old, I know, but it goes on” (A história é antiga, eu sei, mas continua). A canção, apesar da simplicidade na letra, transmite uma melancolia profunda e a sensação de que, para muitos, o amor segue sendo um sonho distante.