Ordinary Life

Conflito e autodestruição em "Ordinary Life" de The Weeknd

Em "Ordinary Life", The Weeknd faz referências diretas a David Carradine e James Dean logo no início da música, mostrando uma identificação com figuras que viveram intensamente e morreram de forma trágica. O verso “David Carradine, I'ma die when I cum” (David Carradine, vou morrer quando gozar) faz alusão à morte do ator em circunstâncias controversas, enquanto “Like I'm James Dean, I'ma die when I'm young” (Como se eu fosse James Dean, vou morrer jovem) reforça a ligação entre juventude, risco e fatalidade. Esses trechos conectam o prazer extremo à autodestruição, sugerindo que o narrador vê sua própria trajetória como algo fora do comum e autodestrutivo.

A música explora o conflito entre o desejo de redenção e a entrega aos excessos. O refrão “This ain't ordinary life” (Esta não é uma vida comum) destaca que o estilo de vida do narrador é insustentável e distante da normalidade, marcado por drogas, sexo e velocidade. As menções a “Valhalla” e “Moorhall” simbolizam a luta interna entre salvação e condenação, enquanto “Devil on my lap and a cross on my neck” (O diabo no meu colo e uma cruz no meu pescoço) explicita a dualidade entre o bem e o mal em suas escolhas. O trecho “Halos are given to ordinary lives / No, but this ain't ordinary life” (A auréola é dada a vidas comuns / Não, mas esta não é uma vida comum) reforça que a busca por redenção parece inalcançável para quem vive à margem. Assim, a faixa funciona como um alerta sobre os perigos dos prazeres efêmeros, ao mesmo tempo em que reconhece a dificuldade de romper esse ciclo.