Poupée de Cire, Poupée de Son

A Dualidade da Existência em 'Poupée de Cire, Poupée de Son' por Therion

A música 'Poupée de Cire, Poupée de Son' interpretada por Therion é uma releitura da famosa canção de France Gall, originalmente escrita por Serge Gainsbourg. A letra explora a dualidade entre a imagem pública e a realidade interna de uma artista, utilizando a metáfora da 'poupée' (boneca) para ilustrar essa dicotomia.

No primeiro verso, a artista se descreve como uma 'poupée de cire, poupée de son', uma boneca de cera e som, cujo coração está gravado em suas canções. Isso sugere que sua verdadeira essência e emoções são expressas através de sua música, mas ao mesmo tempo, ela se questiona se é melhor ou pior do que uma boneca de salão, uma figura decorativa sem vida própria. A visão da vida em 'rose bonbon' (rosa doce) indica uma percepção idealizada e superficial da realidade, reforçando a ideia de uma existência artificial.

A repetição da frase 'mes disques sont un miroir' (meus discos são um espelho) destaca como a música reflete sua imagem pública, mas também revela uma fragmentação interna, 'brisée en mille éclats de voix' (quebrada em mil pedaços de voz). Isso sugere uma luta entre a persona pública e a verdadeira identidade da artista, que se sente dividida e fragmentada.

No final, a artista expressa um desejo de viver suas canções de forma autêntica, sem medo da 'chaleur des garçons' (calor dos garotos). Isso indica uma aspiração por uma vida mais genuína e menos influenciada pelas expectativas externas. A música, portanto, é uma reflexão profunda sobre a identidade, a autenticidade e a pressão da imagem pública na vida de um artista.