Se For Amor

“Se For Amor”: limite, tempo e respeito no romance

“Se For Amor” trata o amor menos como declaração e mais como um teste de paciência. A expressão “se for amor” funciona como condição que define limites e ritmo. O verso “pra você é amor, pra mim é risco” inverte a lógica romântica: quem canta não nega o sentimento, mas mostra que o trauma dita o tempo. Ferido — “no meu coração pisou, pisou” — ele reconhece o interesse do outro, porém mantém distância por proteção. A tensão é direta: “não tô duvidando de você”, mas “minha mente acha que só quer me usar”. “Usar” aqui aponta para medo de manipulação emocional ou de interesse passageiro. Já “esperar o meu coração curar” é tanto tempo literal quanto prova de respeito aos limites. No refrão, “se for pra dá certo o tempo vai dizer”, o tempo vira árbitro e transforma promessa em responsabilidade: quem ama aceita a espera e não pressiona.

Lançada em 2025, “Se For Amor” une o arrocha urbano de Theuzinho ao forró/piseiro de João Gomes, reforçando a sofrência pé no chão. A trajetória do baiano Theuzinho — de trabalhos pesados antes da fama ao arrocha com elementos urbanos — dá lastro à franqueza da letra; João Gomes acrescenta uma voz confessional do cotidiano. O resultado conversa com quem já se machucou e precisa de compreensão: se for amor mesmo, vai saber esperar e respeitar o ritmo do outro.