Deus É Mais

Fé e superação diante da violência em “Deus É Mais”

"Deus É Mais", de Thiagão e Os Kamikazes do Gueto, aborda de forma direta a realidade das periferias marcadas pela violência e pela falta de perspectivas. A letra expõe como o crime oferece poucas saídas, como mostra o verso “Morte, cadeira de roda, cadeia, as opção que o crime tem”, evidenciando o ciclo de sofrimento enfrentado por quem vive nesse contexto. Thiagão utiliza uma linguagem urbana e acessível para retratar o cotidiano de quem convive com tiroteios, vinganças e escolhas difíceis, tornando a mensagem próxima da vivência de muitos ouvintes.

A música também faz uma crítica à relação superficial com a fé, destacando no trecho “A gente só lembra de Deus quando tá lá no chão” que muitos só recorrem a Deus em momentos de desespero. O refrão “Deus é mais, num é mais ou menos / Só Ele que nos dá paz” reforça que a verdadeira paz não vem da violência, mas da fé e do perdão. A letra traz ainda um tom de arrependimento e reflexão, como em “Se arrependimento matasse eu caía morto agora”, mostrando que sempre existe a possibilidade de mudança. Thiagão fala a partir de experiências pessoais, o que torna a mensagem autêntica e relevante. No fim, a música propõe uma escolha: continuar no ciclo de violência ou buscar um novo caminho através da fé, lembrando que, mesmo quando esquecemos de Deus, “Ele nunca te esqueceu”.