O Bem Que Eu Quero Fazer, Eu Não Faço

Conflito interno e escolhas em "O Bem Que Eu Quero Fazer, Eu Não Faço"

A música "O Bem Que Eu Quero Fazer, Eu Não Faço", de Thiagão e Os Kamikazes do Gueto, aborda de forma direta o conflito interno entre ceder aos impulsos destrutivos e buscar uma vida guiada por valores espirituais. A metáfora dos "dois leões pra alimentar" faz referência à passagem bíblica de Romanos 7:19 e simboliza a luta constante entre o bem e o mal dentro de cada pessoa, destacando que as escolhas diárias determinam qual lado prevalece.

A letra traz exemplos concretos do cotidiano das periferias, como o motorista que dirige embriagado e o usuário de crack, para mostrar como a falta de vigilância e o ato de "ouvir o grito da carne" podem levar a consequências graves e irreversíveis. Trechos como “Um passo e falso plaw, bem vindo a vida real / Pra quem cochilo e deu brecha a lei da selva é fatal” reforçam a ideia de que um deslize pode ser fatal. O uso de gírias e expressões urbanas, como “vai da nada mano, vai acreditando”, evidencia a autossabotagem e a falsa sensação de impunidade presentes no dia a dia de quem enfrenta pressões sociais e tentações constantes.

Ao repetir o refrão “O bem que eu quero fazer não faço é justamente o mal”, a música ressalta a dificuldade de resistir aos impulsos negativos, mas também alerta para a importância de escolhas conscientes. A mensagem central é a necessidade de alimentar o espírito para que "Jesus governe" a vida, evitando o ciclo de autodestruição. Assim, a canção transforma experiências comuns das periferias em um alerta universal sobre responsabilidade, autodomínio e as consequências das decisões.