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Tiago Miçanga

A luz que brilha do olhar da cobra decepada pela faca afiada do osso do carneiro
E o pesado arfar do homem em cilada que vomita num banheiro,
São como uma entidade que presencia um assassinato sendo um sacrifício por vaidade.

O grito da parideira e do bebê que nasce:
O primeiro ato, a vida que desencadeia!
O messias nasce da menina que já tem força pra ser mãe solteira
E olha seu bebe nos olhos,
Vê o futuro dele em sua retina:
Que é seu filho montado num dragão,
Galopando entre as nuvens fúteis
Destruindo a cidade com a força de um tufão.

A menina descobre fatos inúteis,
Pois ela estará bem morta
E interrompem-na batendo a porta, atacando,
Lhe matarão para seqüestra a criança amada.
Ela, com a fúria de um louco leão que pelo caçador branco é dizimado.
Seu berro agonizante vem como trovão.
Acerta Gaia que cai de quatro chorando,
Pois esta doente por sentir nossa doença.
Enquanto outros estão viajando
E param pra tomar um café em Florença
Como se o mundo fosse parar,
Com a paciência de Jó e tem que aguardar,
Mas ela esta sempre a girar.

E eu pro mundo fico de guarda
Vendo luas subirem e descerem,
Vendo sóis subirem e descerem,
Até vejo o mundo preto e branco
Mas sempre parto o meu giz de cera,
Não me escondo, mas estou no meu canto
E o canto é improvável queira ou não queira.

Da fogueira das vaidades
Onde o homem disseca o homem
Ela destrói toda a cidade
E sobrevive quem tem sobrenome
Se sentem como deuses,
Tratam os outros como lixo,
Nunca perdem nem as vezes esse é o nosso nicho.
De pessoas que sofrem por ter em outros o sorrir,
De palhaços depressivos, crianças viciadas
Às vezes o mundo, não quero sentir,
Pois só aflora mais juventude transviada.

E se todos os deuses gregos espancarem um virgem
Será igual a seqüestrada que tem apego ao carrasco que a levou a para esfinge?
Não muda nada, é adorar quem te abate
Quem te usa e depois te mata,
É a síndrome da viúva negra.

Lembro quando antes morava na mata
Entre as chuvas grossas e o cheiro forte
Fazia o ritual no bifurcar do rio,
Agora a oferenda é na encruzilhada,
Se confundem as várias entidades que vagam entre os planos.

Apesar da faca ainda ser de osso
O que muda é o motivo e o engraçado é que ainda rima
Só que o sacrifício era por necessidade,
Agora sempre é por vaidade e nunca por humildade.

O bebê é mais que santo,
Mas nuca vai perceber
O mundo não vai deixar ser salvo por ele
Em vez disso vai lhe ensinar a domar o dragão
Que vai dizimar suas vidas e salgar sua comida

É a sina das nossas cidades doentes,
Tão feias, tão podres que da pena
Então as chamo de bonitas

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