Whatever That Hurts

Explorando estados alterados em “Whatever That Hurts”

Em “Whatever That Hurts”, o Tiamat aborda experiências com estados alterados de consciência, usando referências diretas a substâncias como Jimsonweed e psilocibina para criar um clima psicodélico e introspectivo. O trecho “Decoction of Jimsonweed / Slimy trailing plants distil / Claustrophobia and blood mixed seed” (“Decocção de Jimsonweed / Plantas viscosas destilam / Claustrofobia e semente misturada com sangue”) sugere um ritual de ingestão de alucinógenos, onde o ambiente se torna opressivo e as barreiras entre corpo e mente se desfazem. Termos como “psilocybe larvae” e “psilocybe tea” reforçam a ideia de uma jornada interna marcada por visões distorcidas, enquanto menções a “honey tea” e “silver spoon” podem simbolizar prazeres proibidos e a busca de alívio em meio ao caos mental.

A atmosfera sombria da música é intensificada por imagens como “Cobweb sticks to molten years” (“Teia de aranha gruda em anos derretidos”) e “Cockroaches served with cream” (“Baratas servidas com creme”), que transmitem decadência, confusão temporal e uma mistura de repulsa e resignação. Já a frase “I wipe the silver bullet tears / And with every tear a dream” (“Eu enxugo as lágrimas de bala de prata / E com cada lágrima, um sonho”) sugere que o sofrimento pode abrir portas para novas percepções, mesmo que perturbadoras. O contexto do álbum “Wildhoney” e a influência psicodélica de bandas como Pink Floyd aparecem na estrutura da música, que alterna entre momentos densos e passagens etéreas, simbolizando a oscilação entre lucidez e delírio. Assim, “Whatever That Hurts” reflete sobre o impacto das drogas e da introspecção profunda, onde dor e busca por sentido se misturam.