
Tristeza Do Jeca
Tião Carreiro e Pardinho
“Tristeza Do Jeca”: saudade do campo e voz da viola
Embora comece como recado amoroso, “Tristeza Do Jeca” expõe a dor de pertencer à roça e carregar essa falta no peito. Composta por Angelino de Oliveira em 1918 e, décadas depois, revivida na interpretação de Tião Carreiro e Pardinho, a canção dá voz a um narrador que se vê “igual o sabiá”, pássaro cuja cantoria já nasce triste. A viola vira desabafo: “nesta viola eu canto e gemo de verdade / cada toada representa uma saudade”. O tratamento carinhoso a “minha bela, meu amor” se converte em confissão: um homem do campo que canta para suportar a dor, como se cada moda guardasse um pedaço de casa.
A narrativa se ancora em imagens concretas da serra e do “ranchinho beira-chão” furado e clareado pela lua, na madrugada em que a passarada levanta barulho. Surge o contraste que dói: “lá no mato tudo é triste, desde o jeito de falar”. “Jeca” não é só um nome; representa o caipira com sotaque e vida dura, universo que o filme Tristeza do Jeca (1961), de Mazzaropi, levou ao cinema. Quando ele afirma que o choro vai saindo e some “como as águas vão pro mar”, a tristeza aparece como correnteza natural: é o pranto e, ao mesmo tempo, o timbre choroso da viola que se desfaz no ar. Por isso virou clássico do sertanejo, regravado de Paraguassu a Tião Carreiro e Pardinho: um retrato direto da saudade que o campo ensina.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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