Boiadeiro É Boi Também

A Dura Realidade do Boiadeiro: Uma Vida de Sacrifício e Ingratidão

A música 'Boiadeiro É Boi Também', de Tião Carreiro e Pardinho, é uma poderosa reflexão sobre a vida dura e ingrata dos boiadeiros, comparando suas experiências às dos bois que conduzem. A letra começa com a imagem da boiada deixando poeira para trás, simbolizando o movimento constante e a jornada sem fim dos boiadeiros. O eu lírico se identifica com a boiada, afirmando que vai junto e não volta mais, sugerindo uma resignação com seu destino.

A canção aborda a ingratidão e o sofrimento enfrentados pelo boiadeiro, que, assim como os bois, é explorado e maltratado. A metáfora do 'corte da ingratidão' é particularmente forte, indicando que o boiadeiro já está 'no corte', ou seja, já está sofrendo as consequências da exploração e da falta de reconhecimento. A dor e a tristeza são companheiras constantes nessa jornada, e a letra sugere que, se a dor ocupasse espaço físico, não caberia na estrada que percorrem.

A comparação entre boiadeiro e boiada é aprofundada ao longo da música. Ambos sofrem sob o jugo de um 'senhor malvado', que se beneficia do trabalho árduo e do sofrimento alheio. A imagem do boi que puxou carro e arado sem receber ordenado é um espelho da vida do boiadeiro, que também trabalhou duro sem recompensa. A conclusão da música é contundente: tanto boiadeiro quanto boiada são 'filhos de ninguém', desamparados e explorados, e nas mãos de um senhor cruel, o boiadeiro é, de fato, um boi também.